Atuação da Terapia Musical:
A música atua diretamente na mente humana, nas sessões onde o foco é a terapia ( através do uso da música ) irá atuar dentro de um acontecimento de vida do paciente, ajudando este paciente a se compreender como pessoa, resolver conflitos, se auto conhecer.
Para que este possa vir
a estar melhor no seu universo interior e exterior, melhor nos seus campos de relações.
Quando a Terapeuta musical começou a
tomar corpo como disciplina e ciência ?
A terapia musical vem desde os momentos bíblicos.
Quanto a ser
ciência o que podemos dizer é que neste ponto
entra os neurocientistas, onde falaremos mais a frente.
Voltando a
quando começou a tomar corpo a Terapia musical:
Foi na 2ª Guerra
Mundial nos EUA, onde temos um marco de entrada ou aceitabilidade de estudos da
relação pessoas – música, para transformar uma realidade humana.
Os veteranos
de guerra precisavam ser tratados de alguma forma, eles tinham muitas
alucinações sonoras por causa do ambiente de guerra.
Então qdo o
uso de drogas de uso alucinógenos foi proibido, disseram: O que vamos usar?
Quando músicos amadores e
profissionais passaram a tocar nos hospitais de vários países da Europa e
Estados Unidos, para os soldados veteranos. Logo os médicos e enfermeiros
puderam notar melhoras no bem-estar dos pacientes.
Aí entrou a
Música, fazendo com que ela se tornasse terapêutica as pessoas.
De lá para cá, a música vem
sendo cada vez mais incorporada às práticas alternativas e terapêuticas. Em
1972, foi criado o primeiro curso de graduação no Conservatório Brasileiro de
Música, do Rio de Janeiro. Hoje, no mundo, existem mais de 127 cursos, que vão
da graduação ao doutorado.
Costuma-se dizer que o Brasileiro é
muito musical, como interpretamos a música?
Toda
civilização tem uma identidade sociológica que passa pelas artes.
As artes
sempre refletem a identidade do País.
Os costumes,
os gostos, o temperamento, está registrado nas artes e particularmente na
música. Que ocupa nas artes um espaço bastante privilegiado.
Ela evolui
como as outras áreas e carrega todo um histórico de um povo, ela reflete os anseios e
identidade de uma cultura.
O Brasil tem
3 matrizes q costumamos dizer:
A Africana,
a Européia e a Indígena.
Elas se
encontram e se misturam em vários aspectos da cultura e a música Brasileira ela
reflete também esta identidade.
A música
Brasileira é conhecida no exterior e aqui dentro do Brasil também pelo ritmo.
Que é a característica predominante da matriz Africana. Mas tb tem as bases da matriz
Européia, e claro a indígena.
Se formos
pegar Vila Lobos como exemplo, o nosso maior compositor, ele foi buscar no interior
do Brasil música e a cultura indígena e
aplicou esse estilo sobre a matriz Européia, para poder desenvolver dentro
deste contexto a matriz indígena, então o
Brasileiro possui essas três cores,
digamos assim.
Por isso é
bastante rica, pq se baseou em outras culturas.
Que tipo de música pode ser
considerada Terapêutica?
O
som fixa na mente, e você pode observar que uma música cantada - depois fica por
horas ativa na sua memória.
Isso
humaniza e comprova a ação terapêutica da música.
Já houve uma
receita, em épocas de experimento, usava-se por exemplo Mozart para determinado
acontecimento, Chopin ou Bach para outro e isso com outros .
Mas hoje não há uma receita dentro da forma de
viver dos Brasileiros.
Entramos no
ambiente da musicoterapia a partir da década de 70, quando temos a formação, o
reconhecimento acadêmico da música.
Começa no
Brasil no Paraná como especialização.
E no Rio de
Janeiro abre a graduação.
Paraná
esperou um pouco mais para abrir a graduação, então já temos um berço para a
musicoterapia.
A nossa
realidade é de acolher um ambiente de
interação musical não só de audição musical.
E acolhe pessoas
que não tem informação musical. Pessoas que tem somente gosto.
Essa pessoas costumam dizer: eu
gosto disso, eu gosto daquilo !
Mas essas pessoas já
convivem com alguma sonoridade diariamente.
Pode ser trabalhado desde o Hip Hop até um Chopin.
Para desmistificar isso, podemos dizer que uma ação
da música no corpo de uma pessoa não se faz de uma maneira passiva nunca.
Porque das manifestações artísticas
construídas pelas pessoas a música é tida como a mais exigente ao cérebro.
Porque
coloca o cérebro em constante desafio e em uma busca e tradução de um aparato
sonoro que não é lógico, não é conceitual.
Não podemos
dizer que um acorde maior é feliz e um acorde menor é triste. (para explicar
aos leigos, podemos dizer que seriam sons mais fracos e sons mais fortes).
Na Terapia musical o paciente pode vir a interagir com a música.
Um funk, um
Hap....ele começa por ali, mas depois ele vai interagindo com algo que vem
dele, o chamado “eu autor de algo”, “eu responsável por algo”, “eu autônomo
nisso”.
Ou a
interagir com algo que ele nunca pensou que pudesse ser chamado “dele”.
Nisso o “eu”
que estou descobrindo em mim, também começa a assumir responsabilidades.
Vai vivenciar momentos esquecidos que trazem memórias que pode estar trazendo um conflito no agora por exemplo. Dentre outras percepções que podem ser trabalhadas com a mesma memória que foi ativada através da mesma música. Tudo vai depender do momento em que a pessoa está vivendo.
A musicoterapia é muito dinâmica, o trabalho é individual, mesmo que seja um trabalho realizado em grupo, afinal cada um é um e estamos em constante mudança.
Vai vivenciar momentos esquecidos que trazem memórias que pode estar trazendo um conflito no agora por exemplo. Dentre outras percepções que podem ser trabalhadas com a mesma memória que foi ativada através da mesma música. Tudo vai depender do momento em que a pessoa está vivendo.
A musicoterapia é muito dinâmica, o trabalho é individual, mesmo que seja um trabalho realizado em grupo, afinal cada um é um e estamos em constante mudança.
Voltando
a classificarmos os compositores....
Não podemos
classificar Mozart como algo “tão relaxante”, ou Bach, ou Chopin, é aí q está a
grande riqueza da música. Ela não pode ser classificada.
Ela é uma
linguagem sim, ela tem elementos que fazem dela uma gramática, uma codificação,
onde os símbolos da música são reconhecidos em qualquer lugar do mundo.
Porém não
vai ser traduzida da mesma forma a quem estiver ouvindo.
Cada um que
aprecia terá uma percepção diferente sobre a mesma música.
Até na
própria entonação da voz, esta mesma música se altera.
A música tem
significado e interpretações distintas.
Por isso
cada paciente tem uma bagagem, apesar dele vir do mesmo meio cultural que eu,
ou você as vezes.
As pessoas
tem uma identidade pessoal que é diferente, fazendo interpretações das músicas
X ou Y de formas diferentes.
Por isso não
podemos taxar compositor X como trazendo músicas de relaxamento ou uma new age
de tal forma.
É arriscado
colocar uma etiqueta.
Na
aplicação da música você tem que levar em conta a individualidade do seu
paciente e é nisso que é elaborado todo um trabalho. Como já dito acima.
Sobre a aplicação clínica com a
musicoterapia e os efeitos neuro fisiológicos podemos dizer que:
Esses
efeitos neurofisiológicos no século 21 é onde nós podemos debruçar, por
movimentos de tecnologias, para estudos da mente.
Temos exames
de neuro - imagens onde sem eles não poderíamos comprovar a ação da música.
E com a
música os médicos e cientistas puderam obter o fascínio onde eles conseguiram
conhecer a mente humana, onde nenhuma outra ferramenta consegue trazer isso a
eles.
Isso
privilegia a música de uma forma sensacional.
A música é
feita por homens, e só nós seres humanos podemos identifica-las. Nós é que
escutamos aquilo como percussão, decodificamos como música. Por mais que o
pássaro cante ele não interpreta.
Então quem
tem a possibilidade de fazer música somos nós e fazemos com o aparato cerebral.
E com a
tecnologia da neuro imagens, os médicos e cientistas olham a mente da pessoa,
completamente acionada, iluminada, enquanto ouve uma música.
Isso comprova a
sua ação.
Não é apenas
identificar se é no lobo temporal, se é mais nas amídalas.
Não é o
local, mas sim o processamento.
É as
sinápses químicas em ação.
Então Neuro
ciência e música é perfeito para
conhecer o cérebro humano.
Música e cérebro. Temos muitos estudos sobre isso.
Mas isso por si só não resume a Terapia musical.
Portanto nós
precisamos disso. E os médicos e cientistas precisam de nós mais ainda.
Porque se
eles fazem todos esses estudos e ninguém põe isso a prova, pra que serve?
A música
reconfigura o cérebro.
Existe hoje
o chamado “Levitin” música e cérebro.
Colocando no
Google aparecem vídeos fantásticos sobre isso.
E eles se perguntam:
Será que a
música constrói o cérebro ou o cérebro constrói a música?
Porque
estudos de neuro imagens com músicos profissionais, mostram q determinadas
partes do cérebro, onde temos o corpo caloso no topo da cabeça e partes aqui do
sistema parental ( nas laterais da cabeça), a parte do sistema límbico (
localizado atrás das orelhas), possuem dimensões aumentadas pela prática.
Principalmente
porque o músico tem que controlar a direita e a esquerda.
Controla
2 ações diferenciadas de mãos em tempos diferentes.
Aí vem a ação clínica da música.
Nada pré
programado, é uma questão de percepção.
Na música
trabalhamos com uma visão um pouco maior do que só ver que a harmonia acontece
aqui, ou a melodia ali.
Então eu
tenho tempo, o movimento o espaço e a
força.
Que é a
experiência musical que uma pessoa se coloca.
Nós temos
ritmo, mas nós temos uma força, uma energia colocada em ação que é isso que a
mente escuta também.
Onde podemos
associar a música com uma energia que é muito “terra” de território. Onde essa
energia vai colocar a pessoa em contato com a presentificação, com a energia magnética
dela.
E o
terapeuta na escuta alcança este lugar do “sensível” das pessoas.
Quando o
paciente tem o 1º contato com o som, ele ainda não sabe dizer o que sentiu.
Mas já
sentiu.
Então, este
espaço é ocupado pela dimensão da música, de tempo, espaço, força e movimento.
A pessoa
recebe diretamente a musica antes da
racionalidade.
A música é
mais rápida. Pois está no campo emocional, então você primeiro saboreia pra
depois poder decodificar. É o instinto mesmo.
A lembrança,
a memória ela vem depois da emoção, do impulso.
Cada som,
age de uma forma específica dentro da psique humana.
Cada som vai
produzir uma certa resposta.
É evidente
que a emoção é o fator mais ligado diretamente com a música.
O Terapeuta musical escuta no paciente toda forma dele ser, e nesta forma dele ser
está todo um campo musical.
A velocidade
de andar, a velocidade de falar, se o caráter da fala é uma fala diretiva? É
uma fala acolhedora? É uma fala que tem presença de voz?
É tímida?
Tem uma organização de pensamento que é objetivo?
Tudo é
significativo para poder ajudar esta pessoa a entender o mundo e mais do que
isso, responder a este mundo e a ela mesma.
A Terapia musical tem uma ampla área de
atuação.
Podemos
trabalhar desde um ambiente hospitalar até um bebê na barriga da mãe, crianças,
jovens, adultos e idosos.
Temos o
campo social e educacional.
Trabalhamos
pessoas especiais como as que sofrem de mal de Parkinson, Síndrome de Down, Autistas,
Alzheimer, entre outras.
E dentro de
um ambiente hospitalar vamos para dizer que aquele “ser” que está frágil
naquele momento de vida, ainda tem vida.
Não ir para
levar a cura.
Como mexemos
com arte e expressão, mexemos com essência de vida.
As pessoas
não conseguem fechar os ouvidos, então acessamos através da emoção, através da
música. Entrando pelos ouvidos e ressoando no corpo.
Trazendo uma
sensação que vai evocar memórias.
A Neuro
ciência também tem estudando essa capacidade que a música tem de unir as
pessoas, um exemplo é o Rock’n Rio, o carnaval, etc.
Trabalhamos
com instrumentos onde podemos começar com ritmos, como tambores por exemplo pra
depois chegar na voz como percussão de melodias. O campo é muito amplo.
Música ativa região do cérebro ligada ao raciocínio e concentração
A Música acompanha a humanidade desde seus
primórdios como elemento que envolve e emociona as pessoas. Nos últimos anos,
estudos científicos têm mostrado que a musicalização e o aprendizado de um
instrumento também podem ajudar na assimilação de conteúdos trabalhados em
disciplinas que exigem raciocínio lógico e concentração. A razão disso é a
estimulação de regiões do cérebro ativadas especialmente no estudo de matérias
como matemática e línguas, que também atuam no processamento e produção de
sentido e emoção da música.
De acordo com
Aurilene Guerra, mestre em neuropsicologia e professora de Universidade Federal
de Pernambuco (UFPE), a escuta ativa exige o desenvolvimento da capacidade de
concentração, além de promover a criatividade por meio da sensibilização do
aluno.
"Na última
década, houve uma grande expansão nos conhecimentos das bases neurobiológicas
do processamento da música, favorecida pelas novas tecnologias de
neuroimagem", conta Aurilene. Os
estudos científicos comprovaram que o cérebro não dispõe de um "centro
musical", mas coloca em atividade uma ampla gama de áreas para interpretar
as diferentes alturas, timbres, ritmos e realizar a decodificação métrica,
melódico-harmônica e modulação do sistema de prazer e recompensa envolvido na
experiência musical.
"O processo
mental de sequencialização e espacialização envolve altas funções cerebrais,
como na resolução de equações
matemáticas avançadas, e que também são utilizadas por músicos na
performance de tarefas musicais", explica Aurilene.
Aurilene explica
que o processamento da música começa com a penetração das vibrações sonoras no
ouvido interno, provocando movimentos nas células ciliares que variam de acordo
com a frequência das ondas. Os estímulos sonoros seguem pelo nervo auditivo até
o lobo temporal, onde se dá a senso-percepção musical: é nesse estágio que são
decodificados altura, timbre, contorno e ritmo do som. O lobo temporal conecta-se em circuitos de ida e volta com o hipocampo,
uma das áreas ligadas à memória, o cerebelo e a amígdala, áreas que integram o
chamado cérebro primitivo e são responsáveis pela regulação motora e emocional,
e ainda um pequeno núcleo de massa cinzenta, relacionado à sensação de
bem-estar gerada por uma boa música.
"Enquanto as
áreas temporais do cérebro são aquelas que recebem e processam os sons, algumas
áreas específicas do lobo frontal são responsáveis pela decodificação da
estrutura e ordem temporal, isto é, do comportamento musical mais
planejado", acrescenta Aurilene.
Segundo a
professora, estudos científicos apontaram uma correspondência significativa
entre a instrução musical nos primeiros anos de vida e o desenvolvimento da
inteligência espacial, responsável por estabelecer relações entre itens e que
favorece as habilidades matemáticas, necessárias ao fazer musical no processo
de divisão de ritmos e contagem de tempo.
Porém, para
aproveitar os benefícios da aprendizagem, é necessário que a motivação parta do
próprio estudante. Aurilene cita estudos que colocam que as diferenças
individuais entre crianças são imensas e não parecem ser reduzidas por meio do
treinamento, já que a habilidade musical envolve uma grande predisposição
genética. Mesmo que nem todos os alunos
estejam destinados a se tornar profissionais, o processo de interpretação
musical desenvolve em certo nível a coordenação motora, concentração e
raciocínio lógico, além de ser uma atividade que proporciona bem-estar,
otimizando a fixação de conteúdos.
"No contexto
escolar, a música tem a finalidade de ampliar e facilitar a aprendizagem do
aluno diz Aurilene. A música favorece muito o desenvolvimento cognitivo e sensitivo, envolvendo
o aluno de tal forma que ele realmente cristalize na memória uma
situação."
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